Contemporâneo, paroquiano e coroinha que fui do inesquecível Mons. Vítor Batistella lembro-me dos Movimentos Religiosos vigentes no seu tempo; Apostolado da Oração, jamais esquecerei a figura do meu pai solenemente envergando a Fita Vermelha; a Legião de Maria, da qual fazia parte minha mãe, com a frase “Bela como a lua, brilhante como o sol, forte como exército em ordem de batalha”; as Filhas de Maria, a Ação Católica, a Cruzada Eucarística e a Pia Obra das Vocações. Todas estas pias Associações em atividade, com Diretorias dinâmicas e seu carisma efervescente. E lembro que, o ardoroso Pároco atendia o imenso território, no lombo do famigerado Zaino. E de noite até encontrava tempo, vez que outra, para um disputado baralho. 1q1m3f
Sou da opinião que os sacerdotes hoje deveriam se fazer valer da ajuda dos Movimentos. Alguém disse que eles são como que a “bengala do vigário”. Por sinal, está na constituição de todos eles, a AÇÃO apostólica, o agir evangelizador. Óbvio que hoje os tempos mudaram, e muito. Na época, ao se saudar um sacerdote, beijava-se-lhe a mão e se ajoelhava perante o Bispo. Mas a oestação do Cristo continua em pé, vibrante e desafiadora: “Ide, pregai o Evangelho a toda a criatura...” Muitos Movimentos caíram no ostracismo. Outros foram criados. Eu, particularmente, sou adepto do Cursilho. Entendo que o Padre deveria selecionar aquele ou aqueles que, no seu entender, melhor se adaptam à sua realidade paroquial. Em todo o caso, não poderia dispensar tão valiosos auxílios, pois o leigo também é chamado a evangelizar.
E agora enfrento outro assunto complexo – o DÍZIMO. Como cristão o povo deve se conscientizar que DEVE pagar o dízimo. Não só é uma ordem bíblica como também determina o 5º Mandamento da Igreja: “Pagar o Dízimo segundo o costume”. Ora, a gente paga as obrigações para com o Estado, com as Associações, com o Condomínio, com o Banco, com o Clube, mas relaxa o compromisso com a Igreja. E já dizia São Cipriano: “Não poderá ter Deus por pai, quem não tiver a Igreja por mãe”. Pedindo desculpas, entendo que o assunto carece um pouco de organização. As secretarias paroquiais deveriam ter um cadastro com todas as famílias. Manter um programa de computador que acusasse no fim do mês o inadimplente. ado algum tempo, dar um suave telefonema lembrando o ‘esquecimento’. O padre frequentemente se esbagaça no púlpito. Só que os que deveriam ouvir estão ausentes.
E aí viria o trabalho dos Movimentos: visitar as Famílias, dialogar sobre a matéria, entregar um volante explicativo, sugerir que o valor fosse determinado em família, de acordo com suas possibilidades financeiras. Feito isto, rear os dados às secretárias paroquiais. Também não se pode faltar em transparência: apresentar um balanço das despesas e gastos da Igreja, a côngrua dos sacerdotes, luz, água, gasolina, reformas, melhoramentos, etc, etc, etc. Cidadão há que entende que a Igreja vive de ar. Outros imaginam que o saldo bancário é gordo. Jamais esquecerei: quando em Roma, na fila aguardando a visita às dependências do Vaticano, com entrada paga, indaguei ao guia “que devia cair uma bela soma na conta do Papa, com toda aquela multidão pagando”. Respondeu-me que o ‘negócio’ era tão vantajoso que o Papa já o tinha oferecido ao Governo italiano... Mas este recusou. Pois a manutenção era por demais onerosa.