Assessora destaca reflexões do 15º Encontro Nacional de Arquitetura e Arte Sacra (ENAAS), realizado em Goiânia

Publicado em: terça, 10 de junho de 2025 às 10:19h
Por: Luiz Lopes Jr - com fotos de Weslley Cruz /PUC Goiás

O Setor Espaço Litúrgico da Comissão Episcopal para a Liturgia da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) realizou, na última semana, o 15º Encontro Nacional de Arquitetura e Arte Sacra (ENAAS), em Goiânia. Com cerca de 350 participantes, o evento foi oportunidade de avançar nas reflexões sobre o tema “Espaço litúrgico e piedade popular”. A assessora do Setor Espaço Litúrgico, Raquel Schneider, partilhou sobre as conferências realizadas nas manhãs do encontro. 5o3u6b

 

Conduzir a comunidade 45547

No primeiro dia, 2 de junho, o bispo de Bonfim (BA) e presidente da Comissão para a Liturgia da CNBB, dom Hernaldo Pinto Farias, falou sobre a importância de entender o processo da piedade popular para conduzir a comunidade ao seu cume, que é a celebração da liturgia dentro da igreja e, ao mesmo tempo, do cuidado desses elementos da piedade popular “tão importantes na vida da própria igreja e das nossas comunidades, por consequência”.

 

Dimensão antropológica 1w4l1v

Na terça-feira, foi ocasião de estudar a piedade popular a partir da dimensão antropológica. Ajudou os os participantes nessa reflexão o professor José Reinaldo Martins, da PUC Goiás, e o Pe. Danilo César Lima, de Belo Horizonte, relacionando o tema a partir da liturgia e do ano litúrgico. No dia seguinte, quarta-feira, o monge beneditino dom Ruberval Monteiro, OSB falou de espaço litúrgico e piedade popular em duas conferências.

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Experiência da Basílica de Guadalupe 4c3h5x

Já na quinta-feira, o arquiteto Erick Martinez Saavedra, que atua na área de Espaços Litúrgicos e Bens Culturais da Conferência Episcopal Mexicana, falou da experiência dele junto ao frei Gabriel Chaves De la Mori, que foi o responsável pelo espaço litúrgico da Basílica de Nossa Senhora de Guadalupe. O trabalho leva em consideração a piedade popular e suas manifestações.

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Em visita à sede da CNBB, Erick destacou que o projeto da nova basílica de Guadalupe, realizado por Pedro Ramirez Vasquez e pelo frei Gabriel de la Mora, nasce da devoção das pessoas: “há um desenvolvimento natural em todo o santuário até entender a necessidade de um espaço muito maior pela quantidade de pessoas que chegavam”. A contribuição que ele trouxe ao Brasil é de entender “que um santuário nasce da devoção das pessoas, e não um edifício que cria a devoção das pessoas. Mas é um nascimento de forma natural”.

“E a basílica de Guadalupe é exemplar quando se trata da participação – este é o conceito que mais se repete nos documentos conciliares – e acredito que é um edifício que responde muito bem a esse conceito: todo organizado como um anfiteatro, para que todos possam participar das celebrações litúrgicas e tendo a centralidade da liturgia e tendo a visibilidade da imagem de Nossa Senhora de Guadapulpe”, partilhou.

Erick Saavedra | Foto: Luiz Lopes Jr/CNBB

 

Santuário do Divino Pai Eterno 193n6l

No mesmo dia, o grupo foi até a cidade de Trindade (GO), onde realizou a visita técnica às igrejas e acompanhou a apresentação do Projeto Arquitetônico-Iconográfico do novo Santuário do Divino Pai Eterno. À noite, a celebração eucarística no Santuário Basílica do Divino Pai Eterno.

Pensar de forma integrada kq4m

Segundo Raquel, a apreciação do projeto do Santuário em Trindade tem o intuito de, “cada vez mais deixar claro e ajudar os profissionais e todos os envolvidos da importância de que esse espaço seja pensado de forma integrada”.

“Nós temos trazido, e dom Hernaldo falou desde suas primeiras palavras na segunda-feira de manhã, a importância do programa iconográfico, que nasce antes mesmo dos primeiros traços do projeto arquitetônico e do projeto iconográfico. E o arquiteto Erick trouxe também, reforçando essa fala de que, antes de que o programa iconográfico esteja pronto, não existe projeto”, partilhou Raquel.

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Ela ainda explicou que o programa iconográfico resulta num espaço que está – a partir da liturgia – pensado no contexto do programa iconográfico, “envolvendo arquitetura, arte e todos os elementos que são necessários para celebrar a liturgia”.

Na sexta-feira, foi realizada uma mesa redonda com partilhas e discussões em vista de contribuir “para uma comunhão e para uma reflexão amadurecida” sobre o tema da liturgia e da piedade popular. Nos próximos dias, será divulgada aos participantes e aos bispos a carta conclusiva que começou a ser redigida no encontro com pontos das reflexões, orientações e motivações para a continuidade do aprofundamento.

“A piedade popular é essa manifestação de fé de forma muito espontânea, que faz uma caminhada. As próprias peregrinações que nascem para ir ao encontro dessa devoção, que pode ser uma imagem, um local ou uma imagem em um determinado local, elas têm como centro, fazendo todo o percurso de peregrinação, que reflete a peregrinação da própria vida, elas têm como o centro aquilo que se celebra na liturgia, a liturgia celebrada. A princípio, santuários nascem, justamente, como um espaço que recebe essas comunidades em peregrinação diante de uma devoção que dá significado a todo seu percurso na sua vida”.

Além das palestras e discussões, o encontro teve sessões reservadas para comunicações científicas.

 

Luiz Lopes Jr - com fotos de Weslley Cruz /PUC Goiás
Fonte: Luiz Lopes Jr - com fotos de Weslley Cruz /PUC Goiás